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A Apple tem enfrentado dificuldades com o iPhone Air principalmente por causa de uma fraca recepção comercial. Embora o modelo tenha sido projetado para ser um marco em termos de design — com apenas 5,6 mm de espessura —, o apelo estético não foi suficiente para convencer os consumidores a adotá-lo em larga escala. De acordo com informações do Nikkei Asia, a demanda caiu a níveis comparáveis ao fim de ciclo de vida de um produto, obrigando a empresa a reduzir drasticamente a produção. Essa decisão reflete um movimento estratégico típico da Apple: priorizar modelos com desempenho comercial mais sólido e cortar rapidamente perdas com produtos que não atingem as expectativas.
Um dos fatores centrais para o baixo interesse no iPhone Air é a relação entre inovação percebida e valor agregado. Apesar do design ultrafino, o aparelho não trouxe avanços significativos em desempenho, câmera ou autonomia de bateria — atributos altamente valorizados pelos consumidores. O modelo acabou sendo visto como uma variação estética, mas não como um salto tecnológico. Em contrapartida, o iPhone 17 e o iPhone 17 Pro apresentaram melhorias substanciais, como tela de 120 Hz e armazenamento inicial de 256 GB, entregando uma percepção de custo-benefício mais convincente.
Outro ponto importante é o posicionamento de mercado. O iPhone Air foi projetado para ocupar um nicho premium de design e leveza, mas acabou se sobrepondo a produtos que já cumprem esse papel dentro do portfólio da Apple. Essa confusão de posicionamento pode ter contribuído para o desinteresse do público. Na prática, consumidores que buscam performance migraram para os modelos Pro, enquanto quem prioriza preço ficou com as versões convencionais. Assim, o Air ficou sem um público claramente definido — algo raro na estratégia comercial da empresa.
A demanda regional também expôs limitações. Embora a China tenha mostrado algum entusiasmo pelo iPhone Air, os resultados foram insuficientes para compensar a fraqueza nas vendas nos Estados Unidos e em outros mercados estratégicos. Ao mesmo tempo, o iPhone 17 teve desempenho 14% melhor que seu antecessor em seus primeiros dias de venda, reforçando a percepção de que a Apple entendeu melhor o que o consumidor busca: equilíbrio entre inovação prática e preço competitivo. Isso explica por que a empresa decidiu redirecionar a produção e concentrar esforços nesses modelos.
O episódio do Air evidencia um dilema que não afeta apenas a Apple: o mercado de smartphones parece ter atingido um ponto em que a estética e a leveza já não bastam para impulsionar vendas. Assim como a Samsung com o Galaxy S25 Edge, a empresa de Cupertino precisa redescobrir o equilíbrio entre inovação visual e funcionalidade real para manter seu apelo de vanguarda.